sexta-feira, 15 de junho de 2012

Rodolfo Abrantes: “Sou o cara do lado de fora jogando vidas para o lado de dentro”

Rodolfo Abrantes fez parte de uma das maiores bandas do Rock Nacional, os Raimundos. Abandonou tudo pelo chamado de Deus. Com 11 anos de Ministério continua mandando Rock, porém, como uma missão: estabelecer o Reino de Deus.

Em maio, ministrou pela primeira vez na Rede Juvenil do Ministério Internacional da Restauração. Em entrevista, Rodolfo falou sobre a sua decisão de abrir mão de tudo e viver para Cristo, música, sonhos, projetos, críticas, e como tem sido sua vida depois ter aceitado a Cristo.

Natacha Rocha
Alessandro Bandeira
Você fez parte de uma das maiores bandas do Rock Nacional. Você deixou essa banda que estava no auge do sucesso para dedicar sua vida a Deus. Como é tocar para um público totalmente diferente do anterior? Qual foi a sua maior dificuldade a princípio?
A princípio foi entender o que Deus esperava de mim. Acho que essa é a maior dificuldade no início que todo cristão enfrenta. Entender qual é a vontade de Deus e perceber que muitas das vezes não é a nossa. Com o tempo você vai amadurecendo e tendo novas experiências com Deus, e, em se tratando de música, a tua adoração vai te levando a profundezas, arrisco dizer: do coração de Deus, e isso vai te dando uma satisfação que nada antes podia dar. Foi o que aconteceu comigo.

Eu entendo que a diferença do público que eu toco hoje, para o público que eu tocava antes, é que o público que eu toco hoje está buscando algo de Deus, está buscando algo diferente. Antes eu ia a lugares que as pessoas só queriam se divertir, só queriam ouvir um som, tocar algumas músicas, ter uma noite de balada, digamos assim. Hoje eu toco para uma grande parte que está buscando a presença de Deus. Eu sei que por causa do meu passado, eu ainda trago muita gente para a Igreja, e isso é muito bom e fundamental para o meu Ministério de Evangelismo. São pessoas que estão buscando mais a presença de Deus. Se eles vem buscar a Deus, não sou eu que eles estão buscando, e se eu estou indo para esse pessoal que está buscando a Deus, não sou eu que vou levar, nós vamos tentar buscar juntos a presença de Deus. Enfim, é um público totalmente diferente, apesar de parecer ser um público igual.

Quando você anunciou que sairia dos Raimundos e dedicaria sua vida ao Senhor, você foi muito criticado. Como você superou essa situação?
Entendo que isso faz parte. As críticas nunca vão acabar em se tratando de ser cristão. Sempre foi assim e sempre vai ser. Jesus falou que seríamos odiados por causa do amor dEle. Enfim, eu não tenho que esperar que as críticas terminem para eu me sentir feliz, tenho que aprender que isso faz parte do processo. Nós não estamos nessa para ser paparicado, estamos aqui por um propósito maior que é estabelecer o Reino de Deus. E não é o meu reino, e no meu reino, talvez, eu não recebesse crítica alguma. Mas no Reino de Deus faz parte.

Rodolfo qual o seu maior sonho?
Cara, ver minha família aos pés de Jesus, este é o meu maior sonho. Deus nos leva a lugares que a gente nunca foi, ministra para um povo que nunca viu a nossa cara, centenas de pessoas aceitam a Jesus, e às vezes a nossa família ainda permanece do jeito que está, mas isso é um desafio, eu sei que a minha parte eu já faço, e outra não é a minha parte. Por isso que é o meu sonho, e eu não vou desistir desse sonho. Confio nas promessas de Deus.

Quais são as novidades para este o segundo semestre de 2012? O que você já pode adiantar. Algum projeto novo?
Um CD novo que está indo para a fábrica este mês. Creio que em Junho já está pronto. Esse é um projeto que está sendo gerado há quase dois anos. Foi o primeiro material que eu fiz de forma independente, claro, totalmente dependente de Deus, mas sem o apoio de uma gravadora, de empresários, bancando as coisas do próprio bolso. Enfim, eu apanhei um pouco no começo, porque requer um planejamento, eu fui deixando as coisas acontecerem, e, graças a Deus as coisas estão saindo do jeito que nós queríamos, e eu estou muito satisfeito com o resultado.

Todas as composições são minhas, o nome do CD se chama RABT (Rompendo a Barreira do Tempo). É isso aí, espero que as pessoas gostem!

Cite uma canção de sua autoria, ou alguma música do seu Ministério que te marcou e que você goste mais?
Agora, você fez uma pergunta difícil, (risos). Dos filhos escolher um preferido. Eu não sei, mas a “Isaías 09” é a música que mais marcou meu ministério. Todos os lugares que nós vamos, é algo que percebemos que tem uma resposta mais poderosa, digamos assim. É uma música que ela canta a palavra e o refrão dela joga para o profético o dia da vinda do Senhor. Eu creio que quando você faz o “link” daquilo que foi profetizado, acredito que seja essa a canção. Se eu tivesse que escolher apenas uma canção, seria essa.

Você tem um testemunho muito impactante. Há pessoas que estão vivendo a mesma vida que você vivia antes. Há jovens que fazem parte da Rede de JUMP em todo o Brasil e jovens que não são cristãos e estão lendo essa entrevista só por causa de você e do seu som, deixe uma mensagem para eles:
Por experiência própria Jesus foi a melhor coisa que eu experimentei na minha vida. Mudou a forma com eu pensava, mudou a forma como eu vivia, mudou a forma de eu me relacionar, mudou a forma do meu viver. Jesus deu sentido para a minha vida, deu propósito para cada dia que eu me levanto, deu alegria no meu coração de fazer a vontade dEle. Me deu uma família gigantesca, maravilhosa e linda, me deu energia para continuar fazendo isso, até o dia que ele me recolher.

Em relação a abordagem das pessoas com você, você é bastante conhecido e muita gente ainda te ver como Raimundos, e até mesmo como Rodox, como você faz para que as pessoas tirem o estereótipo de você? Como você administra essa situação?
Não dá para tirar. Não tem como fazer isso, eu acho até bom que não saia. Eles sabem o que eu era, e eles vêm o que eu sou. E podem comparar um com o outro, muitas vezes as pessoas me perguntam se eu me incomodo com essa abordagem, com sempre estarem me relacionando aos Raimundos, não tem o que fazer, Paulo era o ex-fariseu carrancudo, e ele ia ser sempre o endemoniado, eu acho interessante essa comparação porque quem conheceu um ao outro, vai saber que existe uma grande diferença. E isso já deixa uma marca na pessoa. Eu posso não vê-la nunca mais, mas um dia na vida dela, ela vai saber, as pessoas mudam. E isso está prolongando a vida útil do meu testemunho. Já faz 11 anos. (Risos).

Eu pensei que fosse passar, mas eu creio que Deus tem um propósito em tudo isso, é permissão dEle. Deus tem um propósito para isso tudo, que seja para levar vidas para Cristo. Talvez, eu seja o cara que fique do lado de fora da Igreja jogando vidas para dentro, talvez eu não seja o cara reconhecido como “o pregador”, ou o “missionário”, mas eu sou o cara do lado de fora jogando vidas para o lado de dentro. E espero funcionar até o fim.

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